Falta de medicação nas farmácias do SUS



A falta de medicações, principalmente as básicas é recorrente em várias cidades brasileiras. Fato que leva muitos trabalhadores, aposentados, etc a utilizarem seu orçamento mensal para conseguir dar continuidade ao tratamento necessário.

Pois bem, mas o que acontece para faltar medicamento, se muitos gestores afirmam ter?

Para melhor compreensão, vou associar a compra de remédio e farmácia a um Buffet de festas. Ao se contratar um Buffet, ou mesmo organizar uma festa, é preciso  ter uma noção de quantos convidados a festa terá. Daí faz-se um cálculo de x salgadinhos para cada pessoa, e mais  um pouco para não faltar.

Com as medicações é preciso fazer esse cálculo também, saber quantas pessoas toma a medicação x, e ter um pouco a mais para novos casos, para emergências. Isto para medicações de uso prolongado, por exemplo, para diabetes, saúde mental, hipertensão (pressão alta). No caso das demais medicações, quando são utilizadas apenas em curto período de tempo, por exemplo, antibiótico é feito o cálculo por estimativas dos últimos anos através de instrumentos de informação que apresentam índices de ocorrências de doenças e uso de determinadas medicações nos  últimos anos, isso aliado à  campanhas de  promoção e prevenção à saúde.

Ainda há algumas medicações de uso menos recorrente, que não tem como precisar o uso dele, podemos citar aqui como exemplo medicações utilizadas  em oncologia, em Juiz de Fora, é muito comum faltar medicações para tratamento da leucemia .

Dito isso é importante agora explicar porque falta medicação. Cada cidade possui sua especificidade, é importante verificar e notificar a ouvidoria de saúde para que esta consiga investigar os reais motivos da falta de medicação. Porém em Juiz de Fora, esse diagnóstico já foi realizados por alguns estudantes e  pesquisadores da área.

Conforme dito no último post sobre saúde aqui no blog, Juiz de Fora não possui uma atenção primária eficiente, ela não é uniforme, ou seja, igual em todos os bairros. A cidade ainda possui bairros sem cobertura de atenção primária. Isso dificulta um sistema de informação integralizado (interligando os serviços de saúde) para notificar casos rastreados. Além disso, uma mesma pessoa pode  ir em mais de um serviço para uma mesma queixa, ou controle mensal, e conseguir duas ou mais receitas, e conseguindo medicações para todas as receitas,e  assim acumulando em casa as medicações, caso algum mês não consiga, já terá sua reserva.
Sem uma atenção primária ideal e um sistema de informação eficaz contendo dados da pessoa, freqüência em serviços de saúde, diagnóstico, receita recebida, e se pegou medicação ou não, interligado com um sistema de notificação de casos,  e dados sócio cultural é impossível controlar estoque de medicação.

Porém o que fazer enquanto a situação não é estabelecida? Em um primeiro momento campanha de conscientização da população para que esta  não estoque medicação em casa. Depois treinamento de pessoal. Receitas de uso contínuo geralmente para controle da hipertensão arterial e diabetes (alguns de saúde mental também) tem um prazo de validade de  três meses. Isso significa que uma pessoa pode buscar sua medicação com a mesma receita três vezes, o controle é por dada e carimbo, só que os carimbos feitos de forma aleatória acaba por confundir a  muitos, que podem pegar no segundo ou terceiro mês, mais de uma vez a medicação.

A terceira ação a se fazer é procurar a ouvidoria de saúde da cidade para registro da falta de medicação, pois na ouvidoria é o canal que liga o usuário à gestão, é nela que  consegue-se reunir todas as queixas e  realizar o estudo sobre as causas, e buscar soluções exterminando as causas, e não apenas de forma paliativa, provisória como observamos possibilitando farmácias  da comunidade  fornecer a medicação que falta na unidade de atenção primária à saúde. é importante buscar a ouvidoria, pois o seu problema, a sua dificuldade pode ser de muitas pessoas, e a sua reclamação ajudar no diagnóstico social. Além disso, a ouvidoria tem condições de ajudar a pessoa em sua queixa.

Para finalizar nossa conversa de hoje, acrescento que a Ouvidoria de Saúde tem o papel de acolher não só queixas, mas elogios, sugestões, e ainda orientar o usuário sobre o sistema de saúde. Conforme dito anteriormente, é um instrumento  de elo entre os usuários e a gestão, e não um órgão punitivo ou apenas de defesa do usuário. Mas esse papo fica para outra oportunidade.


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