Não pergunto se você está doente
ou não, mas se está bem fisicamente,
psiquicamente e socialmente. Vai bem no emprego, no seu bairro, na sua cidade,
anda dormindo bem, sem ansiedade, se alimentando adequadamente, e as relações
familiares, tem adoecido?
Pois é isso tudo é saúde. Não
estar bem com dor nas costas, febre, dores diversas não é saúde, é doença.
Por isso agora em época eleitoral
devemos tomar cuidado com as promessas de candidatos, principalmente envolvendo
saúde, uma vez que por ser a maior reclamação da população, torna-se carro
chefe, o tema que mais enfatizam nas campanhas eleitorais.
Para se ter uma sociedade
saudável, não basta prometer mais médicos e hospitais. Precisamos de saúde e não curar doenças, aliás,
quem quer adoecer?
Um bom plano de saúde é um bom plano de governo como um todo. Uma
vez que a Organização Mundial de Saúde
conceitua, define saúde como o bem estar bio-psico-social. Ou seja, se temos
muito desemprego, muita violência, não temos saúde. Estaremos doentes, e nesses
casos não é hospital que cura essa
doença, e sim projetos e iniciativas sociais eficazes para toda a cidade e não apenas para um pessoa.
Assim, vale dizer que um bom programa de governo é aquele que
prioriza toda a sociedade e não apenas a
tentativa de diminuir doenças da população. No entanto, uma questão surge: como
acabar com as filas de espera, falta de vagas nos hospitais, demora para
cirurgias, falta de medicação, etc.
A primeira iniciativa é ter uma
atenção básica uniforme em cada município. Isto significa dizer que Unidades de Atenção Primária (UAPs),
conhecidas como postos de saúde ou unidades básicas de saúde, com a Estratégia
Saúde da Família implantada, e ainda o Núcleo de Saúde da família, que conta
com apoio de médicos especialistas, fisioterapia, psicologia, dentre outros
profissionais.
Em termos de Juiz de Fora
isso representa além de assegurar não
só acessibilidade aos serviços de saúde,
como também uma descentralização dos
serviços (aqui tratando descentralização
não como princípio do SUS, mas como um mecanismo de mobilização urbana). Ou
seja, uma pessoa que precisará de uma
consulta com o cardiologista, não precisará ir ao Pam Marechal, para esta
consulta. Ou seja, uma iniciativa que ajuda não só na saúde da população,
mas na questão do trânsito, transporte
urbano, etc.
Com uma atenção primária eficaz,
diminuiremos a demanda dos demais níveis de atenção à saúde: secundária
(ambulatórios especializados como o Pam Marechal) e terciário (os hospitais). Dessa forma,
se a demanda , encaminhamentos a esses
serviços diminuírem, uma vez que os problemas conseguem ser resolvidos na
atenção primária, as filas de espera tendem a diminuir, já que a população e
adoecerá menos. Pois a função da atenção primária é prevenção e evitar agravos de saúde.
Caso o gestor queira diminuir em
um tempo mais hábil as filas, ele poderá lançar mão de alguns programas (por
exemplo mutirões), convênios (com laboratórios, a partir de licitação para
diminuir espera de exames).
Com a população adoecendo menos,
haverá menos gastos logo poderá se investir mais em pessoal, em treinamentos. O
benefício será de todos.
Diante deste exposto, cabe aqui
dizer que, o Estado tem sim dever de prover a saúde conforme assegura a constituição, mas nós podemos ajudar, não só cuidando e prevenindo
doenças, mas votando em pessoas com compromisso.
Propositalmente eu apenas citei a questão da falta de medicação. Pois estarei abordando esse tema numa próxima postagem, até lá!